Este artigo tem como principal objetivo refletir sobre as influências do olhar desafiante feminino nos primeiros anos da história do cinema a fim de comprovar a sua influência contemporânea. A partir da análise de três irreverentes gags visuais presentes nos primeiros anos do cinema, nos quais a mulher rompe com o poder da câmera ao olhar diretamente para o dispositivo - Subject for the Rogue ‘s Gallery (A.E. Weed, 1904), Mary Jane’s Mishap [Don’t Fool with the Paraffin] (George Albert Smith, 1903), ...
Este artigo tem como principal objetivo refletir sobre as influências do olhar desafiante feminino nos primeiros anos da história do cinema a fim de comprovar a sua influência contemporânea. A partir da análise de três irreverentes gags visuais presentes nos primeiros anos do cinema, nos quais a mulher rompe com o poder da câmera ao olhar diretamente para o dispositivo - Subject for the Rogue ‘s Gallery (A.E. Weed, 1904), Mary Jane’s Mishap [Don’t Fool with the Paraffin] (George Albert Smith, 1903), e One Week (Buster Keaton, Edward F. Cline, 1920) -, propomos uma reflexão teórica que nos permite definir um conceito que denominamos como Comic Gaze. Este está relacionado com as preocupações e propostas do desafio imposto pelo olhar de uma mulher diretamente à câmera. Baseamos esta problematização na proposta de Laura Mulvey sobre o Male Gaze (1975) e bell hooks sobre o Oppositional gaze (1992), as quais nos permitem avançar que esse olhar direto da mulher para a câmera cinematográfica termina desestabilizando a autoridade da perspectiva masculina sobre os seus corpos e funciona como uma lógica de resistência visual. Portanto, o objetivo central deste artigo é indagar e contrastar esse irreverente olhar para finalmente compreender se esse segue presente na performance contemporânea, nomeadamente na proposta de Jesper Just em Servitudes, conectando essas distintas obras apesar da distância temporal existente entre elas.
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This article has as its main objective to reflect on the influences of the female defiant gaze in the early years of cinema history in order to prove its contemporary influence. From the analysis of three irreverent visual gags present in the early years of cinema, in which the woman breaks with the power of the camera by looking directly at the device - Subject for the Rogue ‘s Gallery (A.E. Weed, 1904), Mary Jane’s Mishap [Don’t Fool with the Paraffin] (George Albert Smith, 1903), and One Week ...
This article has as its main objective to reflect on the influences of the female defiant gaze in the early years of cinema history in order to prove its contemporary influence. From the analysis of three irreverent visual gags present in the early years of cinema, in which the woman breaks with the power of the camera by looking directly at the device - Subject for the Rogue ‘s Gallery (A.E. Weed, 1904), Mary Jane’s Mishap [Don’t Fool with the Paraffin] (George Albert Smith, 1903), and One Week (Buster Keaton, Edward F. Cline, 1920) -, we propose a theoretical reflection that allows us to define a concept that we call Comic Gaze. This is related to the concerns and proposals of the challenge imposed by the gaze of a woman directly at the camera. We base this problematization on Laura Mulvey’s proposal on the Male Gaze (1975) and bell hooks’ on the Oppositional Gaze (1992), which allow us to advance that this direct gaze of the woman to the cinematographic camera ends up destabilizing the authority of the male perspective on their bodies and works as a logic of visual resistance. Therefore, the central objective of this article is to investigate and contrast this irreverent gaze in order to finally understand if it is still present in contemporary performance Servitudes (Jesper Just), connecting these distinct works despite the temporal distance between them.
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