Mudanças climáticas e resiliência socioecológica: percepções de comunidades tradicionais em reservas extrativistas marinhas Brasileiras
Mudanças climáticas e resiliência socioecológica: percepções de comunidades tradicionais em reservas extrativistas marinhas Brasileiras
Citació
- Borges R, Gonçalves VC, Kitazono É, Barboza RSL, Monteiro F. Mudanças climáticas e resiliência socioecológica: percepções de comunidades tradicionais em reservas extrativistas marinhas Brasileiras. Fronteiras. 2025 Jun 5;14(2):150-67. DOI: 10.21664/2238-8869.2025v14i2.p150-167
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Descripció
Resum
Comunidades tradicionais costeiras estão entre as mais vulneráveis às mudanças climáticas, ainda que não tenham contribuído para o surgimento desse fenômeno, demonstrando uma das facetas da injustiça climática. Para combater essa injustiça são necessárias políticas públicas que promovam a adaptação climática, com base em arranjos de governança locais existentes, como unidades de conservação a que essas comunidades estejam ligadas. É essencial entender as percepções dessas comunidades quanto às mudanças climáticas e aos instrumentos de manejo disponíveis. Este estudo analisa as percepções relacionadas a diversos aspectos da emergência climática em comunidades tradicionais das Reservas Extrativistas Corumbau, Bahia, e Caeté-Taperaçu, Pará, com base na análise de entrevistas semiestruturadas, realizadas em 2021 e 2022, que abrangeram temas como sensibilidade social e ecológica, políticas públicas, e capacidade adaptativa. Os resultados mostram que essas populações reconhecem a importância e consequências negativas desse fenômeno, ainda que não articulem uma definição precisa do termo “mudanças climáticas”. Para essas populações os impactos das mudanças do clima incidem sobre o seu sustento e o arranjo atual de manejo não representa os seus interesses como atores locais. A partir dessa pesquisa percebe-se a inexistência de uma atuação mais apropriada do poder público na promoção de diálogo entre os diferentes tipos de conhecimento e na construção de estruturas de apoio em casos de emergência. Faz-se necessário, no contexto de implementação de políticas públicas de adaptação, considerar estruturas socioeconômicas, entendendo como as informações circulam e como os conceitos emergem e são articulados nos espaços de formulação de instrumentos de adaptação às mudanças climáticas.
